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    TEMA:   História popular chinesa: O saco de moedas de prata 

 

Do folclore chinês, traduzido do esperanto

 Um dia, um pobre ia pela montanha para cortar lenha com seu machado. No caminho ele encontrou um saco. Abrindo-o ele viu dentro dezenas de moedas de prata. O pobre se alegrou muito porque em troca das moedas ele poderia comprar muito cereal para seus desnutridos filhos. Mas, pensou ele, a pessoa que perdeu estas moedas deve estar muito aflita. Ele, então, guardou o saco e continuou sua caminhada.

No dia seguinte ele ouviu dizer na aldeia que um rico famoso da cidade havia perdido na região um saco de moedas de prata. Como era costume, quem encontrava alguma coisa perdida deveria receber a décima parte, como recompensa. O bondoso pobre foi até a cidade e encontrou o ricaço e devolveu a ele o saco com as moedas de prata, dizendo: - Eis suas moedas.

O rico pegou o saco, contou algumas vezes as moedas e disse ao pobre: - Oh meu bom homem, o saco é meu mas há pouca quantidade de moedas nele. Eu tinha 80 moedas de prata no saco mas restam somente 60. Sem dúvida, você roubou as 20 moedas de prata. Agora você deve a mim 12 moedas de prata se eu desconto as 8 às quais devo a você como recompensa. Devolva-me as 12 moedas de prata senão eu o acusarei de roubo!

O pobre homem ficou aterrorizado. O que ele podia fazer? Então ele foi ao tribunal junto com o homem rico.

O juiz, justo e honesto, inspirava grande respeito na população.

- Senhor juiz, eu ia pela montanha para cortar lenha com o machado e encontrei no caminho o saco com as moedas de prata. Eu o escondi para quando eu retornasse do trabalho na montanha e nem uma moeda eu tirei dele.

- Meritíssimo juiz, disse o rico homem - ele mente! Eu tinha 80 moedas no saco mas agora restam 60. Se não ele, quem poderia ter pego do saco as 20 moedas de prata que faltam?

O juiz perguntou ao pobre: - Então, você não pensou que com a quantia encontrada você poderia viver muito bem?

- Sim, eu pensei. Eu vivo com minha família, minha mulher e as seis crianças somente com a renda do machado, cortando lenha nas montanhas e vendendo na aldeia. Em troca dessas moedas eu poderia comprar muito mais óleo, arroz, peixe e carne. Mas eu pensei também, que eu não devo usar o dinheiro porque ele não é meu.

O juiz voltou-se para o rico:

- Você tem absoluta certeza que em seu saco havia 80 moedas de prata?

- Sim, sem dúvida - disse o rico, havia 80 moedas de prata!

Então o juiz disse com um sorriso: - Embora vocês dois não possam dar um atestado convincente, apesar disso é fácil fazer o julgamento. Você, respeitável senhor, goza de alto prestígio na sociedade e eu não creio que você esteja mentindo. Eu acredito que no seu saco havia 80 moedas de prata.

- Sim, sim, com razão! Quão sagaz e inteligente é o senhor, meritíssimo juiz" - disse aduladoramente o ricaço.

- E você, pobre homem, eu não duvido do que disse. Você poderia se apropriar de todas as moedas, porque você pegaria somente 20 moedas de prata? Está claro que ambos dizem a verdade. O fato é, somente, que este saco com 60 moedas de prata que você encontrou não é o saco que este senhor perdeu. Assim, dou este saco a você, pobre homem, guarde-o em sua casa e devolva-o ao verdadeiro dono se o encontrar. Se em 30 dias não o encontrar as moedas de prata serão suas, por direito. Se posteriormente você encontrar um saco com 80 moedas de prata, devolva-o a este honesto senhor rico.

Tendo dito isto, o juiz voltou-se para o homem rico:  - Não acha que o meu julgamento é justo?

O homem rico ficou mudo como uma pedra.